Thursday, March 06, 2008

Que Meda!


A condição de adulta ainda não me permitiu, infelizmente, superar alguns medos. Alguns deles plausíveis, outros absurdamente injustificáveis.

Tenho medo de envelhecer e descobrir que vivi uma vida medíocre, porque não tive raça pra “catar” a força, a minha realização pessoal.

Tenho medo de não mais encontrar alguém pra chamar de meu, pra dar amor e carinho por tempo indefinido, pra poder guardar lembranças pra uma vida toda.

Tenho medo de que não tendo filhos, não tenha com quem compartilhar todas as coisas bacanas que a vida me fez aprender.

Tenho medo de descobrir, um dia, que deixei pra trás a oportunidade de me relacionar harmoniosamente com a minha família.

Tenho medo de nunca aprender a dizer um “não” pras pessoas que realmente mereçam ouvi-lo.

Tenho medo de não conseguir ser amiga dos meus irmãos, a quem tanto amo, mas de quem tanto me afasto ou me deixo afastar.

Tenho medo de precisar perder pessoas que amo pra conseguir me dar conta de quão importantes elas são pra mim.

Tenho medo de não conseguir viver irresponsavelmente, enquanto posso fazer isso sem maiores conseqüências para a minha vida.

Tenho medo de coisas que não entendo.

Tenho medo de não viajar tanto quanto sonho.

Tenho medo de passar a vida num casulo, sem conseguir virar borboleta.

Tenho medo de admitir que me sinto tão só às vezes ou na maioria delas que chega a doer.

Tenho medo de não poder nunca fazer minhas escolhas e viver pra sempre a mercê das escolhas alheias.

Puxa vida. Tenho passado tanto tempo confrontando meus medos, meus receios mais profundos que, lista-los me deixou zonza.
To aqui pensando que sentir medo não é uma sensação ruim. O foda é pensar que estou sempre adiando as atitudes certas (das quais estamos conscientes na maioria das vezes), pra deixar de sentir medo.
(Ouvindo: Netinho e Ivete Sangalo - Onde você se esconde)